Uma iniciativa lançada esta semana busca aumentar a proporção de medicamentos descartados de maneira apropriada em todo o Brasil.
Este hábito já está incorporado à rotina de Lidiane Casco, servidora pública e residente em Brasília.
“Era fevereiro quando meu filho precisou passar por uma cirurgia e, como parte do tratamento, foi necessário utilizar antibióticos. No entanto, as dosagens frequentemente não correspondem ao ciclo completo de tratamento. Comprei dois frascos e, ao término, restou quase metade de um. Decidi descartá-lo, então fui à farmácia e entreguei”, compartilha Lidiane.
Em 2023, foram adequadamente descartadas 600 toneladas de medicamentos não utilizados, o dobro do registrado no ano anterior. A Campanha “Não Usou, Descartou” tem como meta ampliar esses índices. Soraya Smaili, farmacologista e uma das incentivadoras da iniciativa, explica que o descarte inadequado de medicamentos, seja no lixo comum, no vaso sanitário ou na pia, acaba por contaminar o solo e as fontes de água.
“Já observamos consideráveis quantidades de certos medicamentos sendo encontrados em reservatórios, estações de tratamento de água, rios e oceanos”, enfatiza Soraya.
Procedimento correto O método adequado de descarte envolve a entrega dos medicamentos utilizados em farmácias e outros pontos de coleta da logística reversa. No Brasil, existem aproximadamente 4 mil desses pontos.
Soraya Smaili informa que todas as cidades com mais de 100 mil habitantes contam com farmácias equipadas com locais para o descarte de medicamentos. Em algumas localidades, os coletores estão disponíveis em unidades básicas de saúde, ou seja, nos postos de saúde.
Além dos medicamentos, as embalagens utilizadas para armazená-los também devem ser entregues nas farmácias, incluindo cartelas de comprimidos, frascos de xarope e até mesmo seringas e copos dosadores. Apenas as caixas de papelão e o papel da bula podem ser descartados na reciclagem, caso a pessoa prefira.
Objetos cortantes ou pontiagudos, como agulhas, não devem ser depositados em farmácias, sendo mais apropriado levá-los às unidades básicas de saúde, que possuem locais específicos para esse tipo de descarte.
