A colaboração entre o Governo de Goiás, através da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), e a Universidade Federal de Goiás (UFG) deu início ao treinamento de equipe na policlínica de Quirinópolis para o projeto ‘Goiás Todo Rosa‘. Essa parceria viabiliza o uso de sequenciamento genético no SUS para identificar precocemente mutações genéticas relacionadas ao câncer de mama e ovário. O programa começará na Policlínica de Quirinópolis, na região Sudoeste, e gradativamente se expandirá para Goianésia e Uruaçu na região Centro-Norte. Futuramente, o exame genético será disponibilizado a todas as mulheres em Goiás com risco aumentado para esses tipos de câncer.
Este importante passo representa a ligação entre o cuidado primário e a UFG, com a policlínica atuando como um ponto central. Lá, pacientes serão avaliadas e encaminhadas para exames. A coleta de sangue ocorrerá no Centro de Genética da UFG, conforme explicou a mastologista e docente da Faculdade de Medicina da UFG, Rosemar Macedo Sousa Rahal. O teste será indicado para pacientes que preencham os critérios estabelecidos.
O processo será executado com rigor, exigindo a capacitação de toda a equipe da policlínica, incluindo médicos, enfermeiros e funcionários administrativos. Em casos positivos, os familiares das pacientes também poderão ser testados gratuitamente para avaliar a predisposição genética à doença.
A análise genética se foca nos genes BRCA 1 e 2, procurando mutações causadoras de câncer de mama e ovário. Realizado a partir de uma amostra de sangue ou DNA de tecido tumoral, o teste possibilita a criação de estratégias de prevenção personalizadas, aumentando as chances de cura e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. A mastectomia profilática, por exemplo, poderá ser realizada no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG).
Em Goiás, a taxa de mortalidade por câncer de mama foi de 13,62 a cada 100.000 mulheres em 2021. Entre 2020 e 2023, cerca de 1.993 mulheres faleceram devido à doença. Quanto à incidência, o SUS registrou 5.349 casos de câncer entre 2020 e 2022, e mais 730 casos somente até julho de 2023.
