Ganhar menos também adoece: desigualdade salarial afeta a saúde física, emocional e alimentar das mulheres brasileiras

Relatório revela que elas ganham 20,9% a menos que os homens; pressão financeira, ansiedade, má alimentação e falta de acesso à saúde já são efeitos colaterais da desigualdade

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Não é só sobre salário. É sobre saúde, equilíbrio emocional, bem-estar e qualidade de vida. Em 2024, as mulheres brasileiras continuam recebendo, em média, 20,9% menos que os homens, segundo o 3º Relatório de Transparência Salarial, divulgado nesta segunda-feira (7) pelos Ministérios da Mulher e do Trabalho. Uma diferença que afeta diretamente a forma como elas vivem, se alimentam, cuidam da mente e da saúde.

Enquanto os homens ganham, em média, R$ 4.745,53, as mulheres recebem R$ 3.755,01. Já entre mulheres negras, a realidade é ainda mais preocupante: o salário médio cai para R$ 2.864,39 — o que significa menos acesso a alimentação de qualidade, tratamentos médicos, exames de rotina e até itens básicos de higiene e autocuidado.

Ansiedade, estresse e saúde emocional em alerta

Com menos dinheiro, aumenta o peso da responsabilidade. A conta não fecha, o tempo falta e a cabeça não para. Muitos dos efeitos da desigualdade salarial são silenciosos, mas devastadores: ansiedade, insônia, sobrecarga mental e emocional, principalmente entre mulheres que precisam sustentar uma casa, cuidar da família e ainda lidar com jornadas duplas ou triplas.

Mulheres em cargos de liderança recebem 26,8% menos, mesmo tendo o mesmo nível de escolaridade e carga horária. Isso não só fere a justiça — fere a saúde mental.

Alimentação e autocuidado também ficam em segundo plano

Com menor renda, muitas mulheres acabam abrindo mão de uma alimentação balanceada, consultas médicas, psicoterapia e até medicamentos. Em um cenário onde a inflação dos alimentos e dos serviços de saúde cresceu, esse corte de gastos tem um preço alto para o corpo e a mente.

De acordo com o relatório, se homens e mulheres recebessem salários iguais, o Brasil teria injetado R$ 95 bilhões a mais na economia em 2024. Isso poderia significar mais acesso à saúde de qualidade para todas.


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